A minha escola vai fechar. Chamava-se Liceu Nacional D. João de Castro. Hoje, escola secundária.
Nunca mais lá fui, é verdade, mas foi a minha escola. Lá, fiz muitos amigos, daqueles que não ficam para a vida, mas que marcam a vida. Lá, conheci a Ana. Lá, a Ana teve um filho. Lá, ganhei um afilhado – o Luna! Lá criei um Clube de Arte. Lá, na escola, havia uma sala com as quatro paredes pintadas com um desenho meu. Lá, conheci o Gegé, o Miguel, a João Berckley, a Margarida, a Marília... Lá, formei uma lista D (D'yogurte). Quando lá andei, conheci os meandros do PSR, conheci músicos de jazz que já morreram e tocavam em bares de caves que estavam abertos à tarde...
E foi lá que conheci a D. Lurdes — uma contínua (actual auxiliar de educação) que tinha prometido ao namorado terem 4 filhos. Anos passados e já casados, tinham 3.... o marido andava a pressioná-la, mas a vida estava difícil e ela desabafava...
Às tantas... a D. Lurdes desapareceu. No ano seguinte, continuava sem aparecer.... e aí, juntámo-nos e cheios daquela coragem meio infantil, fomos perguntar por ela:
– Teve quatro lindos meninos! Não volta tão depressa...
Foi aí que aprendi que o melhor é não prometer nada... não vá a vida passar-nos uma rasteira...
Ficámos parados. Especados. Suados. E fomos jogar «matrecos» para uma tasca qualquer.
Eu não queria que a escola fechasse. Era um conforto saber que estava ali. Que um dia ia lá voltar.
10 fevereiro 2006
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1 comentário:
mas ainda vais a tempo. vai lá...!
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