
Eu e ela não tinhamos moedas e ele não queria partilhá-las connosco. Amuá-mos.
- Vá, uma moeda para cada uma, e as outras são para mim...
Rapidamente jogámos as moedas e perdemos.
Ele, seguiu para uma máquina mais afastada.
O casino estava muito escuro, vazio de pessoas e máquinas e num silêncio que lembra algumas cenas de «O Padrinho».
Ao fundo, um homem barrigudo a jogar flippers, junto a uma slot machine com 52 créditos!
– Posso jogar aqui? – perguntou.
– Esses créditos são meus – disse o homem barrigudo – se ganhar alguma coisa aí, tem que mos devolver.
E ele jogou uma moeda, e outra e zás tlim... tlim... tudo a apitar: GANHOU!!! 8000!!
- 8000? – pensei. 8000 quê??
E do meio do escuro apareceu uma senhora que rapidamente explicou que ele tinha feito uma fila de 5 maçãs e por isso tinha ganho 8000 maçãs.
– Boa, disse ele, mas 52 são daquele senhor...
Seguimos a senhora para levantar as maçãs (super-contentes e já a pensar nas nossas irmãs, nos amigos com quem iriamos partilhar o farto prémio...)
Ela foi deixar-nos junto a um velhinho muito simpático que começou a contar maçãs.
Separámos 100 para o amigo das 52... e fomos buscar o carro para carregar as outras.
Entretanto, conversa puxa conversa e o senhor começou a dizer que não tinha 8000 maçãs, que o casino estava a atravessar uma grande crise, que já não havia espectáculos, nem jantares e já tinham vendido quase todas as máquinas...
e por isso tinha que nos dar carne e peixe de muito boa qualidade, e leite e açúcar, etc...
E nós perguntámos por piada: por acaso não tem gasóleo, não?
– Não, isso não tenho, mas tenho ali umas garrafas de Barca Velha – e toca de meter dentro do carro – e uns queijos de Azeitão, Niza, S. Sorge, Serra e por aí fora... tanta tanta tanta coisa...
E acordei.
A primeira coisa que fiz, foi dizer ao meu marido para jogar no totoloto.
Jogou, mas não acertou nada.
Moral do Sonho: a crise bate a todas as portas e eu já ficava contente com 8000 maçãs.
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